Essa peça conta, de maneira mais sintética, as versões originais, amarradas pela teia da dominação da figura materna que faz sufocar os desejos íntimos de amor e liberdade, levando as personagens à loucura ou à morte. O elo entre as histórias são as personagens poéticas do autor: a lua e a morte, que ganham destaque nessa versão imagética da poesia e do simbolismo contido na obra.
A noiva foge com outro no dia do casamento; passando pela angústia da mulher que se desespera ao não poder cumprir sua função social da época: a reprodução; e culminando pela obrigação do casamento pela imposição familiar, em troca de dotes; Lorca afoga o espectador nas profundezas dos desejos que não controlamos e selam nossos destinos, em companhia de música, poesia, dança e magia cigana tão enraizadas na cultura espanhola.Tendo como pano de fundo as terras da Espanha, o fascismo numa sociedade patriarcal dominada pela igreja católica, convenções e honra. As personagens femininas de Lorca sofrem e reproduzem o machismo das quais são vítimas na década de 30 do século passado.
Garcia Lorca
Poeta, pianista, pintor e dramaturgo espanhol, ganha uma versão mais sígnica e poética da sua trilogia dramática: Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba na versão adaptada pela semioticista Vanessa Ratton especialmente para os alunos do Técnico em Teatro do Senac Santos, marcando os 80 anos da morte do autor.
Conhecido como o poeta pássaro, porque sua voz cantava a liberdade, Garcia Lorca foi assassinado brutalmente, em 1936, aos 38 anos, deixou uma obra extensa e volumosa. Além do pensamento de esquerda, seu homossexualismo, incomodava o poder. No entanto, com exceção de Cervantes, nem um outro autor espanhol teve uma bibliografia tão rica e vasta.
Elenco
Andrea Machado, Daniel Flávio, Danilo Almeida, Emmanuel Figueiredo, Fernanda Benevento, Fernanda Matos, Gabriela Brisolla, Heloisa Lins, Ivys Fernandes, Jucy Rezende, Kaoma Kavalciuk, Luan Messias, Pepi Marson, Tainara Corrêa e Tales Ordakji. Todos alunos da unidade.
